Tratado dos Brinquedos de Outrora para os Meninos do Futuro
“Um dia ainda hei de escrever um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos”.
Guimarães Rosa
(Estes brinquedos não são para meninos
quietos, mas são um tratado de brinquedos para a infância)
Por exemplo: os arcos e as guias: se o arco fosse de ferro era mais perfeito que se fosse feito da roda de uma velha bicicleta; o som da guia a empurrar um arco de ferro pela rua abaixo, era uma bela música para os ouvidos dos rapazes. Os carrinhos de arame e os de latas de sardinha; as bolas de plástico de borracha e de capão. Os berlindes. O jogo da mosca nos intervalos das aulas, dos cowboys e do esconde no meio das bouças. Cada jogo destes tinha uma época de ouro no ano para se jogar, depois passava de moda e jogava-se outro Os berberinhos de vento em casca de eucalipto; os pneus, e as suas várias utilidades: desde rodas guiadas com dois paus, baloiço numa árvore, bóia no rio – e aí os pneus de camião eram os melhores. A colecção de cromos de jogadores de futebol vendidos nas mercearias embrulhados em rebuçados. As caricas ou conchas e de como fazíamos autenticas pistas para uma corrida emocionante; o jogo do botão com as suas “decas” e do pião e das piascas; o difícil ofício de encontrar grilos e com a palheira mágica das cócegas fazê-los sair da toca .Em casos extremos o método era a da urina. As altas casas nos árvores, as cordas e os poços, os esconderijos, as gruta e as minas; o espelho das águas nos tanques de pedra, os barcos de cortiça que nos levavam à aventura...
As fisgas, instrumento de uso múltiplo dos rapazes de antigamente; servia em várias campanhas: as das castanhas por exemplo, das cabeças rachadas e a dos pássaros: a mais mortífera. Cortar os rabos dos lagartos à pedrada, nos muros do verão e vê-los desaparecer pelos buracos escuros das pedras com os rabos decepados. Inchar sapos com o fumo dos cigarros e vê-los rebentar .
Como também são cruéis os rapazes!
“Um dia ainda hei de escrever um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos”.
Guimarães Rosa
(Estes brinquedos não são para meninos
quietos, mas são um tratado de brinquedos para a infância)
Por exemplo: os arcos e as guias: se o arco fosse de ferro era mais perfeito que se fosse feito da roda de uma velha bicicleta; o som da guia a empurrar um arco de ferro pela rua abaixo, era uma bela música para os ouvidos dos rapazes. Os carrinhos de arame e os de latas de sardinha; as bolas de plástico de borracha e de capão. Os berlindes. O jogo da mosca nos intervalos das aulas, dos cowboys e do esconde no meio das bouças. Cada jogo destes tinha uma época de ouro no ano para se jogar, depois passava de moda e jogava-se outro Os berberinhos de vento em casca de eucalipto; os pneus, e as suas várias utilidades: desde rodas guiadas com dois paus, baloiço numa árvore, bóia no rio – e aí os pneus de camião eram os melhores. A colecção de cromos de jogadores de futebol vendidos nas mercearias embrulhados em rebuçados. As caricas ou conchas e de como fazíamos autenticas pistas para uma corrida emocionante; o jogo do botão com as suas “decas” e do pião e das piascas; o difícil ofício de encontrar grilos e com a palheira mágica das cócegas fazê-los sair da toca .Em casos extremos o método era a da urina. As altas casas nos árvores, as cordas e os poços, os esconderijos, as gruta e as minas; o espelho das águas nos tanques de pedra, os barcos de cortiça que nos levavam à aventura...
As fisgas, instrumento de uso múltiplo dos rapazes de antigamente; servia em várias campanhas: as das castanhas por exemplo, das cabeças rachadas e a dos pássaros: a mais mortífera. Cortar os rabos dos lagartos à pedrada, nos muros do verão e vê-los desaparecer pelos buracos escuros das pedras com os rabos decepados. Inchar sapos com o fumo dos cigarros e vê-los rebentar .
Como também são cruéis os rapazes!
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