FOLCLORE (1)
Cantigas e Danças de Velhos Tempos
Como muitos outros, também o povo da terra de S. Miguel das Aves cantou e dançou cantigas folclóricas.
1955. Motivados pelas rusgas organizadas em cada lugar da freguesia no sentido de formarem cortejos de oferendas para as obras de construção do “Patronato”, alguns desses lugares, os mais populosos, criaram o seu rancho folclórico.
Rudimentares, de início, o bairrismo e alguma rivalidade, conduziram à “purificação dos trajos, das cantigas e das danças que se tornaram, a pouco e pouco, mais genuínos, mais característicos da nossa região. Vamos passar sob este tema algumas cantigas e danças desses primeiros tempos dos cinco ranchos que existiram na nossa terra.
1 - Os Marinheiros das Fontainhas, mais tarde Rancho Etnográfico das Aves
Este agrupamento teve como um dos fundadores Augusto da Cunha Monteiro (Augusto “Sete”) cuja esposa, Maria de Jesus Costa (Maria “Sete”), ainda viva e senhora de uma provecta idade (99 anos) e voz maravilhosa escreveu algumas letras.
Canções de Marinheiros
Letra de Maria de Jesus Costa
Letra de Maria de Jesus Costa
A nossa farda é escura
Ai! Tem a cor da singeleza
O azul é formosura, ó ai!
E o branco é lindo, é cor de pureza
A nossa farda é escura
Ó marinheiros não tenhais pena
A açucena é pureza, ó ai!
A nossa blusa é da cor d’açucena
Cantai, cantai marinheiros
Ai! Cantai com satisfação
A nossa blusa é branquinha, ó ai!
Nós temos pureza junto ao coração
Ai! Tem a cor da singeleza
O azul é formosura, ó ai!
E o branco é lindo, é cor de pureza
A nossa farda é escura
Ó marinheiros não tenhais pena
A açucena é pureza, ó ai!
A nossa blusa é da cor d’açucena
Cantai, cantai marinheiros
Ai! Cantai com satisfação
A nossa blusa é branquinha, ó ai!
Nós temos pureza junto ao coração
Marcha Rio Vizela
Letra de Joaquim Moreira
Das Fontainhas do meu encanto
Vejo as encostas do monte
Trinando além rouxinóis
Murmurando aqui as fontes
Passagem do rio Vizela
Céu azul sem ter igual
Fontainhas é jardim
D’este lindo Portugal
(Estribilho)
Vamos firmes combater
Mostrar sempre até morrer
Nossa falange altaneira
Pelo rancho dos Marinheiros
D’entre todos o primeiro
Avante nossa bandeira
Ai! Com pureza no coração
Segue sempre olhar em frente
Mesmo ferido e retalhado
Não deixes nunca a bandeira
Morre n’ela amortalhado
Se alguém quiser humilhar
Este pendão sem igual
Defende-o com valentia
Se ao rancho és leal
Fontainhas hoje de novo
Levanta o seu esplendor
Um brado aos altos céus
Pedindo a paz do Senhor
A todos que nos escutam
Um adeus de despedida
Nós vamos rogar a Deus
Que sejam salvos na vida
Fonte: Do fundo do baú, de Prof. José P. Machado
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